Desenvolvimento Cognitivo e Educação em TI: Reflexões sobre Piaget, Vigotski e Wallon.
Aqui trago para alguns professores que tem como a cartilha de aprendizagem uma linhagem como Jean Piaget, Lev Vygotsky, Henri Wallon e suas teorias psicogenéticas, trago um vídeo mostrando um pouco:
Aspectos a Favor:
Adotar uma visão psicogenética no ensino de TI traz um entendimento mais humano e estruturado sobre como o aluno aprende.
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Com Piaget, entende-se que o aluno constrói seu conhecimento ativamente, o que combina perfeitamente com a natureza prática e lógica da área de TI. Aplicar projetos, simulações e atividades que respeitem os estágios cognitivos dos estudantes favorece a verdadeira assimilação de conceitos complexos como algoritmos e redes de computadores.
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Com Vigotski, o foco na interação social é essencial: práticas como programação em pares, trabalho em grupo e comunidades de prática ajudam no desenvolvimento técnico e comunicacional dos alunos, habilidades fundamentais em TI.
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Com Wallon, considerar a dimensão afetiva e emocional é um diferencial: reconhecendo que emoções influenciam a aprendizagem, os educadores podem criar ambientes mais acolhedores e menos ansiosos — especialmente importante em áreas onde a frustração por erros técnicos pode ser grande.
Essas abordagens também incentivam uma educação menos conteudista e mais dinâmica, voltada para a formação de um profissional adaptável, colaborativo e pensante, características cada vez mais exigidas no mercado de TI.
Aspectos Contra:
Por outro lado, existem desafios importantes:
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As teorias psicogenéticas exigem uma individualização e adaptação constante da prática pedagógica, o que pode ser difícil em turmas grandes ou em cursos com currículos rígidos.
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Aplicar conceitos de desenvolvimento infantil a adultos ou jovens em formação técnica pode gerar limitações: muitos pressupostos de Piaget, por exemplo, se referem a estágios de desenvolvimento que não contemplam a complexidade da formação adulta ou profissionalizante.
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No caso de Vigotski, o excesso de mediação pode gerar alunos dependentes, que têm dificuldades em agir de forma autônoma — algo problemático em TI, onde a resolução independente de problemas é crucial.
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A preocupação emocional destacada por Wallon, embora extremamente importante, pode ser difícil de medir e integrar em currículos muito técnicos e objetivos, que focam em certificações e entrega de resultados.
Crítica Integrativa:
Assim, formar alunos de TI com base nessas teorias pode resultar em profissionais não apenas mais competentes tecnicamente, mas também mais conscientes, resilientes e capazes de trabalhar em equipe — atributos tão ou mais importantes quanto o domínio técnico em si.
Dicas para uso dos conhecimentos adquiridos no livro:
1. Projetos Baseados em Problemas Reais (Piaget + Vigotski)
→ Proposta: Organizar atividades onde os alunos precisam construir soluções para problemas reais de TI (ex.: criar um app, melhorar uma rede de computadores).
→ Por quê: Estimula a construção ativa do conhecimento (Piaget) e o trabalho colaborativo (Vigotski).
2. Atividades de Programação em Duplas ou Grupos (Vigotski)
→ Proposta: Implementar sessões de programação em pares (Pair Programming) e Hackathons internos.
→ Por quê: A troca de conhecimentos entre alunos acelera a aprendizagem pela interação social (Zona de Desenvolvimento Proximal).
3. Estágios de Aprendizagem Progressiva (Piaget)
→ Proposta: Organizar o conteúdo em níveis progressivos de complexidade (básico, intermediário, avançado), respeitando o ritmo cognitivo dos alunos.
→ Por quê: Garante que o aluno assimile cada etapa antes de avançar (equilibração cognitiva).
4. Oficinas de Expressão e Emoções na Tecnologia (Wallon)
→ Proposta: Criar momentos de reflexão sobre sentimentos relacionados à prática de TI (ansiedade em debugging, frustração em erros, etc.), como rodas de conversa ou diários reflexivos.
→ Por quê: Trabalha a inteligência emocional dos alunos, essencial para lidar com a pressão e o fracasso comum em projetos de TI.
5. Aprendizagem por Descoberta (Piaget)
→ Proposta: Em vez de "entregar" a resposta, incentivar os alunos a descobrir a solução de um problema por tentativa e erro, com apoio moderado.
→ Por quê: Estimula a autonomia intelectual e a construção ativa do conhecimento.
6. Criação de Ambientes de Apoio e Mediação (Vigotski)
→ Proposta: O professor atua mais como facilitador do que como "dono do saber", oferecendo dicas, materiais e desafios personalizados.
→ Por quê: Fortalece a aprendizagem situada e a autoconfiança dos alunos.
7. Integração de Atividades Motoras e Práticas (Wallon)
→ Proposta: Introduzir práticas "manuais" no ensino de TI, como montagem de hardware, simulações de redes físicas ou criação de protótipos.
→ Por quê: Enriquece o aprendizado, conectando ação física, raciocínio e emoção.
Links:
https://www.amazon.com.br/Piaget-Vigotski-Wallon-psicogen%C3%A9ticas-discuss%C3%A3o/dp/8532311261
https://www.youtube.com/watch?v=o0soZkcaj1c&t=35s
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/psicologia/piaget-vygotsky--diferencas-semelhancas.htm
https://www.redalyc.org/journal/684/68464195012/html/
https://profseducacao.com.br/artigos/henri-wallon-a-afetividade-no-processo-de-aprendizagem/
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